Resenha: As Vantagens de Ser Invisível - Stephen Chbosky


Charlie é um garoto diferente. Seu único amigo se matou, e agora ele está completamente sozinho em uma escola onde não é amigo de ninguém. Charlie não consegue participar: está sempre observando as coisas como se elas estivessem atrás de uma vitrine.

Tudo começa quando Bill, o novo professor de inglês da escola de Charlie que tem um interesse especial pela inteligência do garoto, e não o trata como um aluno, e sim como um amigo, sugere que ele comece a participar das coisas, e não só assisti-las. Bill sugere que Charlie tente não ser invisível.



Charlie decide dar o melhor de si; e seu melhor, ele descobre, é ser invisível: ser a pessoa silenciosa que observa e compreende, que ouve os segredos e os deixa morrer no momento em que escuta... Em sua busca para ser aceito encontra algo extraordinário, único, verdadeiro, algo capaz de fazê-lo se sentir infinito: a força da amizade.

Sam e Patrick são cheios de defeitos. Mas são a melhor coisa que já aconteceu na vida de Charlie. São seus amigos.

Junte-se a Charlie nesta história de força de vontade e superação; descobrindo o valor da amizade verdadeira; os desafios de virar adulto, e as vantagens de ser invisível... Agora junte isso com aquele momento especial e aquela música que te faz se sentir infinito... então você poderá compreender Charlie completamente.

Dolorosamente sincero, é essa a palavra que eu usaria para descrever o livro.

Stephen Shbosky traz, em poucas 223 páginas, tudo o que há de mais complicado e sombrio na adolescência: namoros, sexo, drogas, abusos... mas também conseguiu falar de tudo aquilo que há de melhor: a música, os projetos, a literatura, as amizades...

É um livro que fala o quanto amizades influenciam a nossa vida.

No geral, achei um livro brutalmente tocante e difícil.

A história é escrita em cartas: um garoto que manda cartas para “querido amigo”, com o nome falso de Charlie para proteger sua identidade e a de seus amigos, e mantém sigilo sobre o lugar onde mora, a escola onde estuda, e praticamente todo o resto de sua vida. Charlie só preserva suas experiências e seus sentimentos.

Achei o livro sensível e adorável em alguns pontos, com frases que estão na minha memória até agora, mas também achei um livro deprimente: tudo o que há de terrível para acontecer na adolescência acontece com Charlie.

Acho que Charlie é sincero demais, e isso até nos constrange em alguns momentos. Ele fala o que passa pela cabeça e ponto final, sem filtros e sem pudores. Acho que não gostei muito do final do livro, na verdade, acho que o final é a parte mais deprimente. É um livro onde tanta coisa ruim acontece que você nem sabe o que esperar do fim.

Se você é um adulto que não consegue entender os adolescentes de hoje em dia, ler esse livro é a melhor opção: vai te dizer direitinho a zorra que é passar por isso nos tempos atuais. Mostra o quanto as drogas estão próximas e acessíveis mesmo aos mais jovens, e o quanto uma pessoa pode estar cercada e ainda assim estar solitária. Mostra o quanto amizades (boas e ruins) influenciam uma pessoa.

Em alguns momentos, Charlie parece até ter algum problema mental, porque é muito inocente e devagar para entender coisas que ficam óbvias logo no começo. Mesmo assim, as pessoas gostam de Charlie, o compreendem e confiam nele.

 Talvez tenha sido essa a intenção do autor: mostrar que podemos ser aceitos, se pudermos apenas ser invisíveis. Charlie nos traz uma boa definição de amor puro, tristeza e alegria. Eu, particularmente, sou apaixonada pelo que ele diz logo no começo do livro:

Eu me sinto infinito.”

Tem frase mais maravilhosa e genial que essa? É essa a sensação exata de encontrar um bom livro e ouvir dele uma boa história.

Charlie promete te fazer se sentir infinito. Deixe que ele te mostre as vantagens disso!

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