[Entrevista] Raquel Pagno

Oi, pessoal! Tudo bom?

Mais uma coluna nova chegando aqui no blog! \õ/

Aqui, vamos entrevistar nossos autores nacionais :)

Hoje teremos 10 perguntas constituindo uma entrevista com Raquel Pagno, autora de "Herdeiro da Névoa"

Vamos conferir?

1- Alguns autores tem surtos de inspiração para escrever seus romances. Stephenie Meyer, por exemplo, se inspirou em seus sonhos para criar os protagonistas da saga que a consagrou. Paricularmente, o que te inspira na hora de pōr suas ideias no papel?

Resposta:- Eu me inspiro em todas as coisas, não há exatamente um lugar único de onde vem a inspiração.

No caso do Herdeiro da Névoa, Estive pensando em ir a Paris e na mesma época, conheci uma pessoa que estudou na Sorbonne em 1950. Juntei as coisas e saiu o livro. Já o Seablue veio de um sonho com o tal transatlântico de mesmo nome. E por aí vai... Cada livro tem uma história de criação.

2- Qual personagem do livro Herdeiro da Névoa foi seu favorito na hora de escreve-lo? Por que?

Resposta: - Bom, como esse livro especificamente foi escrito em primeira pessoa, acabei me envolvendo mais com o Inácio. Vi a estória inteira pelos olhos dele, senti o que ele sentiu, etc.
Mas eu gostei muito de criar o Stephen, acho ele uma personalidade interessante, cheio de manias, irônico pra caramba... Ah, eu também gosto muito dos vilões.

3- Com qual personagem você mais se identifica?

Resposta:- Poderia dizer que com todos eles, pois em todos tem um pouquinho de mim.

É impossível separar os sentimentos do criador dos da criatura, embora eu nem sempre concorde com as atitudes deles, ou seja, talvez se eu vivesse a vida de cada um, tivesse feito escolhas diferentes.

4- Por que a Paris da década de cinquenta foi o cenário escolhido para envolver a historia de Inácio Vaz e sua Chloé?

Resposta:- Você conhece o Carlos Ruiz Zafón? Pois é, é o meu ídolo maior da literatura, atualmente. Quando eu li o primeiro livro dele, fiquei perdidamente apaixonada pelas descrições que ele fazia de Barcelona no século XVIII.

Eu quis fazer algo parecido com Paris, mas claro, não tive êxito. Minha narrativa não chegou sequer aos pés da dele. Um ponto muito importante que contribui para a escolha da data (década de 50) foi o fato de eu ter conversado com alguém que ganhou uma bolsa na Sorbonne nestes mesmos anos. Através das nossas conversas, pude ter uma boa “visão” do que era Paris na época, de como um brasileiro do interior, que mal falava francês, se sentia tendo repentinamente se mudado para a capital francesa. Baseado nestas experiências de vida que foram gentilmente compartilhadas, nasceu Inácio Vaz.

5- Sabe-se que praticamente todos os escritores começam sua vida literária como leitores. Sendo assim, quais foram os primeiros livros que você leu e te fizeram desenvolver essa paixão por literatura?

Resposta:- Sim, isso é verdade. É impossível escrever se não gostar de ler.

Quando eu era criança, minha mãe comprava muitos livrinhos infantis pra mim. Eu gostava bastante, desde antes de aprender a ler, ficava fascinada pelas ilustrações. Quando aprendi a ler e escrever, comecei a “destruir” o meu material escolar para fazer livrinhos. Rs. Como eu sou a mais nova de cinco irmãos, quando atingi os dez, onze anos de idade, minha irmã mais velha já cursava a faculdade e sempre trazia livros da biblioteca para casa. Minha mãe achava que estes livros eram “muito adultos” pra mim, então quando a minha irmã saía para trabalhar eu os pegava e lia escondida. O primeiro destes livros chama-se Tempo de Tentação, da autora Sue P. Prank e é um romance poético que até hoje (vinte anos depois) tenho trechos decorados na memória, inclusive a primeira frase do livro que diz o seguinte: “Se tivesses estado comigo, essas páginas jamais teriam sido escritas”.... E quando não estava lendo escondida, estava escrevendo escondida. Como jamais imaginei que pudesse publicar meus manuscritos, joguei muitos livros inteiros no lixo. Agora estou tentando recuperar o tempo e os romances perdidos.

6- Você tem planos imediatos para publicar mais livros? Quais?

Resposta:- Sim, claro! Muitos outros!
Tenho pronto O Voo da Fênix que deveria ter sido lançado neste mês, mas por motivo de força maior foi adiado. Tenho outro pronto, a procura de editora brasileira que se interesse. E vários em projeto, para 2014/2015.

7- Alguns autores, como Rick Riordan, têm seu talento voltado para mitologia. John Green, por sua vez, escreve romances. Embora ambos sejam de inegável talento, não imagino os dois invertendo papeis, porque, querendo ou não, um autor acaba preso em sua esfera de conhecimento. Voce se considera uma autora presa a um só tema, ou se considera uma autora versátil? Se te dessem um desafio de escrever algo inteiramente diferente, você escreveria?

Resposta:- Eu me considero versátil e creio que todo autor é, e se não escreveu outro gênero ainda, foi por falta de oportunidade.

Escrevo romances sobrenaturais por que é um gênero que eu curto muito. Mas também sou chegada a um bom drama. Seablue, por exemplo, é um drama. Também escrevo contos dos mais variados gêneros e com eles já ganhei concursos e prêmios literários.

8- Qual a parte mais difícil em ser uma escritora hoje em dia?

Resposta:- Pensei que ser escritor era apenas ter uma idéia e colocá-la no papel. Doce ilusão!
O trabalho do escritor vai muito além disso. É preciso estar a par de todo o processo de edição, divulgar, vender o livro, participar de eventos, dar palestras. É exaustivo, principalmente para quem, como eu, não vive da escrita. Mas, difícil mesmo é ganhar dinheiro escrevendo! Escritor só é escritor se tiver muito amor à camisa, por que se depender de viver de livros... coitados de nós! Até existem alguns gatos pingados que conseguiram, mas isso já é outra história.

9- Felizmente, cada vez mais e mais autores iniciam sua vida na literatura (uma visita rápida ao Skoob dá uma ideia ampla sobre esse assunto). Mas nem todos aqueles que pretendem publicar seus livros tem acesso a bons conselhos, por isso acabam desistindo de serem escritores antes mesmo de tentar. Por isso eu pergunto: Raquel, que dica você daria a um jovem escritor?

Resposta:- Não desista! Não é fácil, mas é possível!
Os caminhos são muitos e há leitores para todas as estórias. Basta procurá-los. Não se feche, abra seus olhos e não perca oportunidades por medo de que sua “ideia genial” seja roubada. Existem milhares de “ideias geniais” por aí, ninguém vai querer roubar justamente a sua. E só escreva se isso te fizer realmente feliz.

10- Que recado você deixa ao pessoal que segue o blog?

Resposta:- Gente, esse é um dos melhores blogs literários que eu conheço. Sem falar que os blogueiros são uns amores.
Gostaria de agradecer pela oportunidade de mostrar mais um pouquinho de mim e do meu trabalho. E pra quem ainda não conhece o Herdeiro da Névoa, por favor, não deixe de ler aqui a resenha. Tenho certeza de que vão se apaixonar.

E aí, gostaram das perguntas? E das respostas? Eu amei :)

Adoro essa autora <3

 

Espero que tenham gostado da coluna; creio que até uma vez por semana postaremos coisas do gênero.

Deixem aí nos comentários o que acharam!

Obs.: O livro Herdeiros da Névoa está com desconto no site da autora, não deixem de conferir ;) http://www.raquelpagno.com