Resenha: Amazônia, Arquivo das Almas - Paul Fabien

Num futuro próximo, o Brasil nem de longe é esse país subdesenvolvido de agora: naves ultra modernas enchem o ar, computadores cuidam de tudo para os humanos, apetrechos cada vez mais espantosos estão disponíveis para a população, e medicamentos capazes de curar praticamente tudo começam a ser fabricados. O futuro pareceu trazer mudanças grandiosas para nosso país e para o mundo.

Mas há coisas praticamente inevitáveis: com o progresso, vem a má fé dos homens gananciosos.

Num mundo com bandidos cada vez mais espertos, as campanhas militares precisam ser defendidas pelos melhores homens e mulheres... e dentre esses melhores, os oficiais Vitã e Helena são os que mais se destacam.

Quando naves não identificadas começam a invadir a Amazônia sem a permissão das autoridades, Vitã e Helena são enviados da Base Torre da Amazônia para descobrir a origem da possível frota de naves hostis.

Mas o que eles não esperavam - era para ser uma simples missão para reconhecer naves estrangeiras, não é? - era encontrar na Colômbia as misteriosas cavernas de Abissínia, onde um grupo de tiranos realizava reuniões de uma sinistra religião, capturando escravos para testes cada vez mais estranhos. Ali, na origem de todo o mal que ameaça a Terra, eles precisam descobrir segredos para derrotar seus inimigos.

Esses segredos, no entanto, não vêm de suas aprimoradas centrais de informações, ou de seus sofisticadas redes de computadores falantes... A ajuda real vem dos povos antigos que viveram antes do grande dilúvio.

Quem diria que num mundo tão tecnológico e intelectualmente avançado, seria justo em inscrições antigas que encontrariam o verdadeiro significado do perigo? Um perigo que, eles descobrem, pode não ser deste planeta...

 

Paul Fabien trouxe – e defendeu bem pra caramba – as melhores coisas de Star Trek e, pelas aventuras cada vez mais ligadas a selvas, Indiana Jones. Não é a toa que essas são algumas das histórias favoritas do autor.

Com suas tecnologias impensáveis - como SIB 41, a ultra inteligente nave pensante - Vitã e Helena teriam tudo para vencer qualquer batalha, mas sendo os vilões quem são, nem tudo é tão simples assim.

Helena é firme no trabalho, uma major de importância e respeitada por seus feitos, embora na vida amorosa as coisas nem sempre sejam assim tão promissoras. Depois de tantas decepções, Helena tende a não confiar em homens... aí você já pode imaginar a guinada de,  de repente, se ver obrigada a confiar inteiramente em Vitã, seu companheiro de missão.

Vitã, por sua vez, é o cara: forte, jovem, bem apessoado, com muita coragem/pouca noção do perigo... Tudo o que poderia encantar a bela Helena.

É claro que qualquer romance nessa história é ofuscado pela luta em salvar o mundo, mas mesmo assim a relação de Helena e de Vitã me agradou bastante, porque não são melosos e não é porque estão a fim um do outro que vão falar disso o tempo todo.

De qualquer forma, é um enredo muito interessante, com uma narração direta – em especial a descrição de cenários muuuito bem pensados. Paul Fabien soube mesclar bem a floresta Amazônica que todos conhecem com cenários futurísticos cada vez mais grandiosos.

Acho que só o que me desagradou nesse livro foi a má revisão. Tem erros gramaticais que seriam corrigidos simplesmente jogando no Word. Por ter dois revisores, eu esperava beeeem mais.

Maaas mesmo que um bom escritor cometa erros gramaticais, se não alterar o sentido do que quer transmitir acho que não tem problema. Os erros acabam incomodando, admito, mas a história é boa, e pouca diferença faz.

Amei o livro porque ele me fez ter um daqueles momentos meio raros em que me orgulho por ser brasileira: Só porque é ficção científica,  não significa que precisa se passar nos Estados Unidos, e os protagonistas não precisam ter nenhum desses nomes americanizados que estamos todos cansados de ouvir. É um livro ambientado na Amazônia brasileira. Com personagens brasileiros. Com heróis brasileiros, mas sem nunca deixar de lado a magia que só vemos em filmes americanos.

Digamos que pelo menos a literatura nacional está indo pelo rumo certo.

Espero que todos gostem de Amazônia, Arquivo das Almas tanto quanto eu gostei ;D

(P.S. trivial: Que capa é essaaaaaa?! Raqsonu - o ilustrador - é simplesmente fantástico. *---* )