Resenha: Lilith, Meu Amor da Escuridão - Adriana Vargas



               Zaphyr não é normal.  
                Há muitas categorias de "normal", mas em nenhuma delas Zaphyr se encaixa: não é normal recusar uma carreira de médico para ser agente funerário, não é normal ser uma criança que brinca com bonecos macabros debaixo da cama, não é normal cultuar Lilith como deusa, nem é normal ter o corpo do pai embalsamado no quarto, para que possa olhar o cadáver todos os dias.



               Em meio ao turbilhão de morbidez que cerca Zaphyr todos os dias, o jovem ainda encontra tempo para se corresponder com Y, a misteriosa amiga virtual que usa o pseudônimo de Lilith em suas postagens.

                Nesse ponto, Zaphyr tem certeza de que Y é a mulher de sua vida. Apenas ela é capaz de compreender sua inclinação para o mundo sombrio - é a única que o vê como ele é.

                Até agora...

                Duas novas peças surgem no quebra-cabeças que é a vida de Zaphyr, para fazê-lo se esquecer quase que totalmente de Y: uma delas é Isa, a frágil defunta que é mandada para a funerária para ser preparada para o funeral depois de seu suicídio. Mas Isa... bem, não está exatamente morta, nem exatamente viva. Numa semivida amaldiçoada, Isa se torna responsabilidade de Zaphyr, que precisa protegê-la e escondê-la da família. 

             A outra pessoa a invadir a vida de Zaphyr é a terrível Lilith - dessa vez, a verdadeira: o demônio noturno, supostamente a primeira mulher de Adão e mãe de todos os outros demônios, que vem na intenção de fazer de Zaphyr seu fiel amante. E ele o seria. Ele com certeza o seria.

                Se não fosse Isa. E Y. E a maldade de Lilith, que se torna cada vez mais clara.
                
                O que fazer quando tudo aquilo que diziam sobre você - que tem pactos com demônios, que tem tendência ao obscuro, que está fadado ao inferno ou a vagar como alma condenada - está correto?
                
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"A moça o olhava, parada, entre o corredor e a porta, segurando uma sombrinha com rendas pretas na borda. [...] Mas antes de ir, olhou para ele como a noite derramada no breu daqueles olhos que enfeitiçavam.                                                                                                                                                   -Estou esperando por você... Nada é tão forte, capaz de desfazer este encontro. Deixe-me sentir sua alma; traga seu ser para eu tomá-lo; traga sua dor, seu sono e sua paz." 
                    Um dos livros mais tenebrosos que eu já li, e  (a despeito dos calafrios e das noites com medo até do vento) amei!

                   Lilith, Meu Amor da Escuridão, é o que o título sugere: sinistro, macabro, mórbido. Mas, ao mesmo tempo, interessante e empolgante.

                   Normalmente, quando você vê alguém todo vestido de preto com aquela pinta de sinistro, você pensa "lá vai o gótico". Mas, sério, o que é um gótico além das roupas pretas? Embora fantasioso (queira Deus que tudo isso seja fantasia) o livro te faz entender melhor essa tendência ao obscuro.

                   O protagonista Zaphyr é diferente do resto do mundo: estranho, antissocial, inclinado para o lado negro da força que move o mundo - nada disso descreveria um mocinho. Até agora não decidi se Zaphyr é ou não um mocinho, mas se eu o visse andando pela rua, eu trocaria de calçada bem rapidinho, porque é o tipo de pessoa que mantém outras pessoas distantes só pela aparência.

                   Ainda assim, a história parece real - e o último comentário do livro, de que a história é mesmo real - tudo isso te faz querer ler sem parar.

                  Não é um livro longo, nem entediante, mas tem a dose certa de originalidade que faz com que você queira devorar as páginas rapidamente.

                  A melhor forma de descrever a atmosfera do livro é: assista a Noiva Cadáver, ouvindo Evanescence, e imagine os personagens como animações de Tim Burton. Fantástico como Adriana Vargas capturou tão bem essa cultura gótica e fez dela algo empolgante e inteligível, mesclando a história com as lendas que são contadas em Piraputanga, onde a história se passa.

                  Para quem curte uma história dark de suspense - ou para quem quer ler por curiosidade - o livro é esse!

                


 *Livro cedido pela editora para resenha.
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6 comentários:

  1. O Livro parece ser interesante, devido ao tom sombrio do livro.
    Obrigado pela ótima resenha.

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  2. Ola Carol!!!
    Aaah, eu amo livros assim meio dark ô// fiquei curioso :D
    Sua resenha ta ótima, parabens!
    Bjjs.

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  3. Hmm, o livro aparatemente me agradaria mas não faz o meu tipo. Gosto desse gênero mas achei esse um pouco forçado/pesado demais. Uma das coisas na qual gostei na sua resenha foi a parte na qual você comparou a atmosfera com evanescence - uma das bandas que eu adoro ouvir- parabéns pela resenha.
    Beijos e Abraços Carol =*
    http://www.ler-e-ser-feliz.blogspot.com.br/

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  4. Oi Carol, que livro tenso heim?
    A Adriana é muito talentosa e escreve bem, já tive o prazer de conferir alguns de seus livros. Mas, não sei se este me agradaria, não curto muito livros neste estilo. Ótima resenha. Bjus
    Lia Christo
    www.docesletras.com.br

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  5. Jesus! Onde que vende esse livro que eu quero ler agora. Ele já me chamou quando eu li "Lilith" me lembrei na hora de True Blood. Essa história parece ser fascinante e a sua frase "assista a Noiva Cadáver, ouvindo Evanescence, e imagine os personagens como animações de Tim Burton" era exatamente o mix que tava na minha cabeça.
    Parabéns, mais uma resenha ótima!
    http://ddentrodagaveta.blogspot.com.br/

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  6. Adoramos a resenha Paulo!
    A Sollo lhe deixa um carinho e abraços!

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