Resenha: O Morro dos Ventos Uivantes - Emily Brontë


O Morro dos Ventos Uivantes
Preso em meio a uma tempestade, Sr. Lockwood é forçado a passar a noite em um lugar muito específico. A fazenda Morro dos Ventos Uivantes não teria sido sua primeira escolha em termos de acomodação agradável e anfitriões hospitaleiros.



Sr. Heathcliff, o amargo e turrão dono da fazenda, pode ser tudo, desde mal-educado até um tanto cruel, mas jamais hospitaleiro.

Sr. Lockwood, a despeito da má vontade de Heathcliff, é levado a se acomodar em um dos aposentos da casa. No meio da noite, embriagado pela sonolência e pelo barulho incessante do vento lá fora, Sr. Lockwood se depara com algo que muda totalmente o rumo da história: O fantasma de Catherine Linton, arranhando a janela do quarto, implora para entrar. Assustado, Sr. Lockwood pede socorro.

Ele só não esperava que Heathcliff desejasse tão ardentemente ver o fantasma. Inclinado sobre janela, Heathcliff chama por Catherine como se vê-la fosse o último sopro de esperança para alguém que já não pode respirar.

Com a curiosidade atiçada pela reação de Heathcliff ao ouvir o nome de Catherine Linton, Sr. Lockwood resolve saber a história toda através daquela que esteve presente desde o começo: Nelly, a velha empregada que viu Heathcliff e sua Catherine crescerem no Morro dos Ventos Uivantes.

O que a história vem a revelar é uma intrincada trama de ciúmes, vingança e paixões avassaladoras, que, doentias ou não, vão te fazer entender o quanto o amor pode ser destrutivo.

Catherine e Heathcliff se amavam imensamente, o que não significa que não estivessem destruindo um ao outro com isso.


Um dos motivos por eu ter amado esse livro é por ser tão difícil de entender. Não por causa da linguagem formal e antiga, mas sim por causa das ações dos personagens.

Todos os personagens, cedo ou tarde, fazem algo que não tem explicação: um gesto de crueldade, uma frase fria, uma insinuação, uma ameaça... E toda essa atmosfera de loucura é tão envolvente que por mais depressa que você tente ler, nunca é rápido o bastante.

Algumas pessoas dizem que o que há entre Heathcliff e Catherine é mais como uma obsessão doentia do que amor, mas creio que a intenção principal de Emily Brontë fosse mostrar que, assim como somos diferentes, nossas formas de amar também variam.

A história conta com frases marcantes, que acabam ficando gravadas na memória de quem as lê. Para se ter uma noção: Conforme vou lendo um livro, vou anotando  no marca-página minhas frases favoritas da história. Usei três marca-paginas diferentes para esse livro e entulhei cada um deles com tantas frases favoritas que já não é possível distinguir as letras.

Esse não é um livro sobre rosas num jardim, não fala de alegria e aceitação. É um livro sobre conflitos gritantes e sentimentos mórbidos, que, por mais egoístas que sejam, não deixam de ser lindos e verdadeiros.

É o tipo certo de livro para aqueles que precisam entender a própria loucura.


Lá fora nas tempestuosas colinas,
nós girávamos e caíamos no verde
Seu temperamento era como meu ciúmes:
ardente demais, ávido demais
Como você pôde me abandonar,
quando eu mais precisava te possuir?
Sonhos ruins à noite me diziam que eu iria perder a luta
E deixaria pra trás meu uivante, uivante
Morro dos Ventos Uivantes
Heathcliff, sou eu, Cathy, voltei para casa
Sinto tanto frio, me deixe entrar pela sua janela
Heathcliff, sou eu, Cathy, voltei para casa
Sinto tanto frio, me deixe entrar pela sua janela
...”

[Trecho da música Wuthering Heights, de Kate Bush, 1978, inspirada na obra de Emily Brontë]
Espero que tenham gostado...

9 comentários:

  1. Nossa Carol, eu li esse livro a muito tempo atrás, logo depois de ler Crepúsculo, queria entender o que tanto Bela gostava nesse romance e acabei não gostando muito da obra. Mas agora lendo sua resenha, acho que interpretei mal Heathcliff. Não sei te dizer o porque de não ter me encantado com este livro, mas certas coisas que ele fazia me dava nos nervos!

    Adorei sua resenha, vc resenha muito bem! Parabéns!

    bjo bjo^^

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    1. Obrigada :P Esse foi o primeiro livro mais sério que eu li e não gostei muito na época (não entendi bulhufas) mas depois reli e acabei me apaixonando....
      Bjsss!!!

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  2. Da mesma maneira que a Ana Paula /\ , eu resolvi ler depois de crepusculo, mas assim como da primeira vez que fui ler Senhor dos Anéis, não tive paciência com a leitura e desisti no caminho, mas acho que vou pegar de novo para ler. Acho que a minha explicação para não ter lido é, não tinha a "maturidade" para ler um livro desse e compreender de verdade.

    Gostei bastante da resenha!

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  3. Eu li esse livro quando tinha 15 anos, e depois voltei a ler, quando terminei os da saga Crepúsculo. Eu fiquei tão extasiada com o enredo, que cheguei a ficar louca com Heathcliff. Mas no fundo, ele é só um homem solitário que sofreu golpes terríveis do destino e perdeu o grande amor de sua vida. E enlouqueceu, salvando a imagem de Cathy, de uma forma doentia. Não discordo que eles se destruíram por se amar, mais levo comigo que destruição de ambos foi causada pelas escolhas e caminhos que eles seguiram.
    Cathy e Heathcliff se amavam de formas diferentes, mas igualmente intensas.
    "Cada qual sabe amar a seu modo; o modo, pouco importa; o essencial é que saiba amar". (Machado de Assis)
    Adorei a resenha... Perfeita!

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    1. Que bom q gostou, Gabi... Li duas vezes e não consigo me cansar dessa história!

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  4. Parabéns ... belo trabalho de vocês !!

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  5. Comecei a ler, devido a tantas recomendações em THE VAMPIRE DIARIES ♥ e amei a resenha, pois estava meio perdida na leitura.

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